Reflex. e Pensamto critico

 

O que se entende por estereótipo?

É um conjunto de características presumidamente partilhadas por todos os membros de uma categoria social.

 

Ou seja, é uma opinião preconcebida e comum que se impõe aos membros de uma colectividade, que ficam com um rótulo preconcebido.

 Generalizam-se todos os elementos de um grupo a partir do comportamento de alguns deles. Há, portanto, uma categorização, uma classificação positiva ou negativa em relação ao outro, que surge das interacções sociais, do tipo «paga o justo pelo pecador».

Por exemplo, a ideia preconcebida sobre os funcionários públicos, grupo a que pertenço na minha vida profissional, cabe perfeitamente para demonstrar este conceito.

Para qualquer cidadão, o funcionário público é aquele trabalhador, que nas horas de serviço joga, brinca, conversa, atende mal os clientes, não sabe informar, é antipático e, sobretudo, é lento na execução do serviço.

Não importa se isto é verdade ou não, o que importa é que socialmente a opinião está formada.

Podemos também verificar um estereótipo nos idosos, ou melhor, na negação da nossa própria velhice e envelhecimento.

Procura-se adiar essa fase da vida com cirurgias plásticas, botoques ou simplesmente esquecer os idosos nos lares e/ou hospitais como se quiséssemos esquecer que estamos a caminhar para mais velhos.

A partir deste conceito, criam-se os preconceitos e as descriminações sociais.

 

 

PRECONCEITO

Atitude negativa que um indivíduo está predisposto a sentir, pensar, e conduzir-se em relação a determinado grupo de uma forma negativa previsível.

Estou a lembrar-me dos anos 60, a época dos hippies, conjunto de pessoas que ficaram conhecidas pelo seu estilo de vida e, como tal, ficaram rotulados com o nome já acima referido. Considerados como drogados, ou gente esquecida no tempo, tinham a paz e o amor, palavras associadas ao seu modo de vida.

 

Descriminação

É a crença na inferioridade nata dos membros de determinados grupos étnicos e raciais. Os racistas acreditam que a inteligência, a engenhosidade, a moralidade e outros traços valorizados são determinados biologicamente e, portanto, não podem ser mudados. O racismo leva ao pensamento ou/ou: ou você é um de nós ou é um deles.

(ver: http://www.brasilescola.com/psicologia/atitude-preconceito-estereotipo.htm)

 

Num passado recente, a ascendência de Hitler e o nacionalismo através dos Nazis, cujo entendimento de raça foi levado ao extremo, com a tentativa de exterminação do povo judeu, também nos Estados Unidos da América, com o Klu Klus KLan ( http://pt.wikipedia.org/wiki/Ku_Klux_Klan), e o ódio profundo à raça negra, mais recentemente em jogos de futebol foram proferidas palavras de ordem rácica aos jogadores de cor negra ou ainda aos emigrantes pelo mundo fora. http://sociologavense.blogspot.com/2007/09/temas-da-actualidade-racismo-e.html  

 

Posso lembrar-me na minha vida pessoal, ainda em Moçambique, o preconceito e a descriminação racial existente junto da população negra, chinesa ou indiana.

No nosso dia-a-dia agimos de uma forma preconceituosa, estereotipada e até temos atitudes de descriminação social, por exemplo, em relação à comunidade cigana ou até mesmo em relação a nós próprios, cidadãos portugueses, quando algum serviço social, de saúde ou burocrático, não funciona com a rapidez que necessitamos ou nos desilude. Achamos sempre que está tudo mal organizado e que só em Portugal isso acontece.

 

Eu própria revejo-me nestas atitudes, muito embora tenha já há muito tempo começado a ver a vida de uma forma mais tolerante e encontrando dentro do que me parece estar mal, alguma coisa de positivo.

 

Considero que identifico, compreendo e actuo para mudar a minha atitude perante estes factos. Um destes dias chegou um cliente para pagar água em atraso, em situação de juros de mora, e pediu-me que lhe fizesse o favor de aceitar o seu contacto telefónico para o fazer lembrar que tinha as suas águas para pagar. Eu disse-lhe que já o tinha feito, ao mandar a carta de 2º aviso. Este insistiu em deixar o número de telemóvel, ao que eu respondi, que era uma responsabilidade que eu não queria ter, pois eu podia esquecer-me e depois não me sentiria bem. A contra-resposta, foi que ele tinha muito que fazer e eu só tinha aquilo (ou seja, não tinha mais preocupações na minha vida), e ainda disse, que quando fosse grande queria ser funcionário público, pois não têm muito que fazer e nem sequer estão disposto a ajudar alguém que pede ajuda! Desatei-me a rir e disse-lhe, então fazemos assim, eu lembro-lhe das suas obrigações e o senhor lembra-me das minhas e assim ficamos quites, pode ser? Foi quando, este senhor se apercebeu que talvez eu tivesse vida para além do serviço e também tivesse que pagar as minhas contas e saiu pedindo desculpas.

        Fico revoltada e nem sempre sou brincalhona, às vezes zango-me a sério com os meus clientes, coisa que eu sei como atendedora de público não devo fazer, mas tenho tido bons resultados, pois costumo dizer aos colegas, depois de me zangar ganho fãs! Na verdade, este pensamento sobre os funcionários públicos, por vezes tem sentido, há muitos serviços em que se vê que não têm muita vontade de trabalhar, mas isso deve acontecer em todas as profissões e não só nos serviços públicos, creio eu.

Identifico também estereótipos na comunicação social, por exemplo, as noticias que surgiram em diversos jornais, sobre a opinião da igreja católica, relativamente ao casamento entre homossexuais.

Na minha opinião, parece-me que a igreja sempre se pautou por este pensamento, entendendo que as uniões devem existir para a propagação da espécie humana e sendo uma união homossexual, tal não poderia ser possível. Creio, que será uma forma de tentar conter alguns excessos comportamentais…

Casamento homossexual: Conferência Episcopal renova críticas a "tentativa de desestruturar sociedade portuguesa"

20 de Fevereiro de 2009, 13:24

Fátima, Santarém, 20 Fev (Lusa) -- A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) renovou hoje, numa nota pastoral, as críticas à legalização dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo, considerando que a medida é uma "tentativa de desestruturar a sociedade portuguesa".

Na nota pastoral intitulada "Em favor do verdadeiro casamento", o Conselho Permanente da CEP considera que a adopção de leis que equiparem as uniões homossexuais ao casamento entre um homem e uma mulher está longe de contribuir para o "progresso e unidade" da sociedade e manifesta "uma concepção desfocada dos valores que se encontram na base" do seu modo de viver.

(SYR., 2009; Lusa)

 

Na verdade, a homossexualidade, desemprego, emigração, são assuntos que ouvimos e vemos todos os dias referenciados através dos jornais e televisão, em alguma parte do mundo, há abusos sobre o ser humano e continuamos a pensar que o nosso mundo ou a nossa vivência, estará mais certa que aquela outra mais além. Penso que tem a ver com os nossos medos, como fomos educados, a nossa ignorância sobre algum destes temas, e a forma como assimilamos a informação que nos chega através dos mass média, faz com que sejamos por vezes preconceituosos.